Por dentro da nova dinâmica da silvicultura

A silvicultura brasileira segue em ritmo de expansão: segundo a IBÁ, a área de florestas plantadas ultrapassou 10 milhões de hectares em 2024, com crescimento de 3,2% sobre o ano anterior. Além disso, o setor responde por 1,1% do PIB nacional e tem previsão de novos investimentos em colheita mecanizada, logística e bioenergia até 2026. Portanto, o momento é ideal para evoluir da coleta de dados dispersos para uma gestão integrada da cadeia florestal.
Além disso, a Embrapa Florestas destaca que os principais desafios da operação são disponibilidade de equipamentos, segurança de operadores e eficiência de transporte — todos dependentes de visibilidade em tempo real.

Cadeia florestal: onde surgem os gargalos

O ciclo completo — colheita → carregamento → transporte → pátio → fábrica — envolve dezenas de frentes simultâneas. Mesmo com máquinas de alta produtividade, falta coordenação entre os elos:

  • Colheita: diferença entre o tempo planejado e o efetivo de corte por talhão.
  • Carregamento: atrasos na troca de frente e espera de caminhões.
  • Transporte: variação de tempo de viagem e ociosidade de comboios.
  • Pátio: sobreposição de entregas e subutilização de docas.

Sem integração, cada frente otimiza seu trecho, mas o fluxo total perde eficiência.

Indicadores que fazem diferença

Para enxergar o todo, é essencial padronizar indicadores comparáveis em todas as frentes. Assim, os mais usados nos hubs florestais são:

  • Fustes/hora por harvester e forwarder.
  • Tempo de ciclo por módulo (colheita → carregamento → descarga).
  • Disponibilidade mecânica (% e horas efetivas).
  • Consumo de combustível por hora de operação.
  • Viagens concluídas por turno e por comboio.
  • Incidentes de segurança por 10 mil horas.

Com esses KPIs conectados a telemetria e vídeo, gestores podem atuar preventivamente, não apenas corrigir após o problema.

Como a tecnologia transforma a operação florestal

1) Videotelemetria com IA para segurança e performance
Câmeras embarcadas com Driver Monitoring System (DMS) detectam fadiga, distração e uso de celular. Além disso, eventos críticos geram alertas automáticos para a central e relatórios semanais para gestão de segurança.

2) Telemetria IoT e geofences por talhão
Sensores em harvesters, forwarders e caminhões leem parâmetros de motor, rotação, deslocamento e consumo. Assim, é possível mapear produtividade e tempo de espera por frente de trabalho.

3) Torre de controle florestal (BI e dashboards)
Painéis consolidados mostram frentes ativas, status de comboios, produtividade por módulo e eventos de segurança. Dessa forma, o gestor visualiza todo o ciclo — do talhão ao pátio — em uma única tela.

4) Regras inteligentes de operação
Alertas configuráveis apontam excesso de velocidade em talhões, mudança de rota, motor ocioso e atrasos na descarga. Consequentemente, a equipe de campo atua antes que o atraso se torne gargalo.

Roteiro de eficiência (90 dias)

  1. Semanas 1–3: mapeie frentes críticas e defina KPIs (disponibilidade, tempo de ciclo, incidentes).
  2. Semanas 4–6: instale kits de telemetria e vídeo nas máquinas prioritárias; configure cercas de velocidade e talhões.
  3. Semanas 7–9: conecte dados em dashboards e rode reuniões semanais de análise.
  4. Semanas 10–12: valide ganhos (horas produtivas, consumo e incidentes) e padronize rotinas.

Esse ciclo simples já entrega redução de 10% a 20% no tempo de ciclo e queda de até 30% em alertas de segurança.

Da floresta à fábrica, com inteligência

A silvicultura vive um momento de expansão e profissionalização. Entretanto, só dados integrados e visibilidade em tempo real permitem coordenar colheita, transporte e pátio com precisão.
A Creare apoia esse avanço conectando telemetria, videomonitoramento e BI em um ecossistema unificado, que transforma eventos de campo em indicadores acionáveis.
Assim, o setor florestal ganha mais segurança, eficiência e previsibilidade, fortalecendo a produtividade e a sustentabilidade da cadeia como um todo.

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