Momento e oportunidade

Em 2024, o setor de transportes respondeu por 214,3 MtCO₂e nas emissões associadas à matriz energética brasileira; logo, atacar diesel e direção vale muito.
Além disso, o consumo renovável no transporte cresceu 2,7 p.p. em 2024, atingindo 25,7% — impulsionado por alta de 30,1% no etanol hidratado e 19,3% no biodiesel. Portanto, há base regulatória e de mercado para reduzir emissões com rapidez.
Ao mesmo tempo, a ANP vem monitorando a transição para diesel menos poluente e avaliando a descontinuidade do S500/S1800, enquanto os boletins de conjuntura registram os percentuais de biodiesel (B14 em 2024; B15 a partir de 1º mar/2025). Desse modo, eficiência + combustível mais limpo somam na mesma direção.
Por fim, o SEEG mostra que o setor de Energia segue como parcela relevante das emissões totais do país; assim, ganhos no frete rodoviário têm efeito sistêmico.

Onde está o potencial de corte — o “top 4” da frota pesada

  1. Ociosidade de motor (ralenti): minutos a mais viram litros a menos no tanque; consequentemente, o CO₂ cai sem mexer no lead time.
  2. Estilo de condução: acelerações bruscas, excesso de velocidade e freios tardios elevam consumo; portanto, eco-driving assistido por vídeo faz diferença.
  3. Planejamento de rotas e janelas: desvios e congestionamentos crônicos aumentam L/100 km; logo, roteirização dinâmica e restrições por geofence ajudam.
  4. Saúde do veículo: pneus, filtros e manutenção por condição alteram a eficiência; assim, telemetria CAN/IoT antecipa falhas e mantém a frota “no ponto”.

KPIs que movem a agulha (e como usá-los)

  • L/100 km (ou km/L) por corredor e carga. Além disso, compare com referência por peso/rota.
  • % ociosidade por turno, por veículo e por cliente. Assim, foque em hotspots e horários.
  • gCO₂/km e gCO₂/t.km. Portanto, integre consumo, massa e distância.
  • Infrações por 10 mil km (ex.: excesso de velocidade, frenagem/agressividade). Logo, priorize coaching.
  • Tempo em geofences sensíveis (urbano/gargalos). Desse modo, reveja janelas e paradas.
  • Disponibilidade técnica (% e MTBF/MTTR). Consequentemente, menos panes = menos consumo extra.

Checklist de qualidade do dado: calibração do odômetro, densidade do diesel do fornecedor, padrão de abastecimento e reconciliação de notas. Assim, o BI não “puxa para baixo” ganhos reais.

Como calcular CO₂ evitado sem ruído

  1. Padronize o fator de emissão (ex.: fator corporativo do inventário/fornecedor).
  2. Converta a economia de diesel (litros) por veículo/rota/semana.
  3. Multiplique litros economizados pelo fator e reporte gCO₂/km e tCO₂/mês.
  4. Faça auditoria por amostragem com telemetria + notas fiscais.
    Com esse método, o indicador é comparável entre clientes, períodos e cargas; consequentemente, o ROI fica claro.

Arquitetura de solução (Creare): do evento à ação

A Creare integra telemetria CAN/GPS, videotelemetria com IA (DMS) e BI em tempo real em um fluxo único (equipamento → evento → evidência → indicador → ação). Assim, cada litro economizado e cada evento de risco evitado aparecem em dashboards que falam a língua da operação:

  • Ociosidade: alertas por geofence, clima e faixa horária; portanto, corte de minutos “invisíveis”.
  • Eco-driving: feedback guiado por vídeo e metas semanais; logo, hábitos mudam de forma sustentada.
  • Rota: detecção de desvios e replanejamento dinâmico; desse modo, reduz-se o “km morto”.
  • Veículo: manutenção por condição (temperatura, pressão, códigos de falha); consequentemente, menos consumo fora de especificação.

Template de metas (90 dias) para frota pesada

  • Ociosidade: –20% em frentes urbanas e –10% em longas distâncias.
  • Consumo específico: –3% a –6% em corredores prioritários.
  • Eventos de risco: –30% nas ocorrências por 10 mil km (ex.: excesso de velocidade).
  • CO₂ relatado: consolidar tCO₂ evitadas com auditoria de abastecimento.
    Embora as metas variem por operação, elas são alcançáveis quando dados, coaching e manutenção caminham juntos.

Governança e relato — do KPI ao compliance

Para converter eficiência em credibilidade, publique um Relatório Mensal de Eficiência & Emissões com: metas, economia (L e R$), CO₂ evitado, evidências (vídeos e trilhas de decisão) e plano de ação. Além disso, alinhe a metodologia ao GHG Protocol e às diretrizes do cliente; assim, o número “fecha” em auditorias.

Da eficiência ao CO₂ evitado (com prova)

Em síntese, telemetria + videotelemetria + BI reduzem ociosidade, consumo e risco rapidamente; além disso, padronizam o cálculo de CO₂ evitado com transparência. Portanto, quando a frota muda hábitos e mantêm o veículo “no ponto”, o ganho financeiro e climático aparece no mesmo painel.

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Fontes

EPE – Balanço Energético Nacional 2025 (ano-base 2024): renováveis no transporte (25,7%), alta de etanol e biodiesel, e 214,3 MtCO₂e no setor de transportes.

ANP – Boletins de conjuntura e notas oficiais: percentuais de biodiesel (B14 em 2024; B15 a partir de 1º/03/2025) e monitoramento da descontinuidade do diesel S500/S1800.

SEEG/Observatório do Clima: panorama de emissões e participação do setor de Energia no total nacional.