Por que agir agora
Em 2024, o setor aquaviário brasileiro bateu recorde e movimentou mais de 1,32 bilhão de toneladas; portanto, a pressão por eficiência operacional é real. No primeiro semestre de 2025, a movimentação voltou a crescer e atingiu recorde semestral, com avanço nas cargas conteinerizadas e 7,3 milhões de TEU no acumulado; logo, pátio e gate precisam fluir. Além disso, julho e agosto/2025 registraram melhores marcas da série para o mês, inclusive em cabotagem e granéis, o que reforça a necessidade de reduzir dwell e filas para capturar capacidade sem grandes obras.
No recorte do Porto de Santos, julho/2025 marcou recorde histórico mensal em contêineres (534,6 mil TEU) e 17,4 milhões de t totais; assim, qualquer minuto ganho no gate e no pátio vira produtividade.
Onde se perde tempo, e como medir
Antes de otimizar, é preciso medir o que importa. Portanto, adote indicadores operacionais que conectam evento → evidência → ação:
- Dwell time por etapa: gate in/out, conferência, pátio, pré-berço e berço.
- Tempo médio de fila de caminhões (arribada → gate) e tempo de atendimento por doca.
- Throughput por hora em gate, OCR e portêiner; além disso, acompanhe headway de atracações.
- Taxa de retrabalho (reinspeções, divergências de documento vs. OCR).
- OTIF portuário (janela de atracação e corte de carga) e utilização de pátio.
Dica: o Painel de Monitoramento da SPA consolida operações em tempo quase real; consequentemente, ele é ótimo ponto de verdade para medir aderência de processo.
A tríade tecnológica que destrava o fluxo
1) IA de vídeo para eventos críticos
Câmeras em gate, pátio e berço detectam formação de filas, paradas anômalas e infrações de segurança (circulação fora de rota, EPI, acesso restrito). Assim, alertas em tempo real permitem acionar equipes, abrir vias alternativas e balancear docas.
2) OCR em gate, balança e portêiner
Leitura automática de placas/IDs de contêiner e chassis elimina digitação e reconcilia documento ↔ contêiner ↔ veículo; portanto, o sistema reduz reinspeções e erros de formação. Além disso, a integração ao TOS/TMS/WMS carimba data, hora e peso, encurtando o tempo de ciclo.
3) RTLS (GPS/UWB/RFID) para rastreio fino
Com RTLS, cada caminhão, RTG, TT e UTR ganha posicionamento contínuo; desse modo, os deslocamentos improdutivos aparecem e a alocação de ativos (pátio, doca, berço) fica dinâmica. Consequentemente, a torre de controle pode prevenir filas e nivelar recursos por SLA.
Playbook de ganhos rápidos (60–90 dias)
Semana 1–2 — Descoberta dirigida. Mapeie gargalos de gate e picos por janela de corte; além disso, cruze dados de OCR, TOS e BI para achar “nós” do processo.
Semana 3–6 — Piloto focado em fila+dwell. Ative IA de vídeo em gate/baía de triagem, OCR redundante na balança e RTLS no pátio crítico; portanto, gere alertas de fila > X min e dwell por etapa > meta.
Semana 7–9 — Ajuste de regras e layout. Rebalanceie docas, reordene rotas internas e janelas de chegada; assim, reduza picos por corte e aloque RTGs conforme o calor do pátio.
Semana 10–12 — Escala e governança. Publique boletim semanal com dwell/ fila/ throughput/ OTIF e feche SLA interáreas (operação, gate, segurança e transportadores).
Casos práticos de uso
- Fila inteligente de caminhões: IA de vídeo mede a fila externa e prioriza check-in; logo, o gate chama lotes por OCR válido e janela de corte.
- Pré-berço e janela de atracação: RTLS + TOS preveem headway e sugerem movimentações de pátio; assim, o berço recebe a carga “pronta” no tempo certo.
- Conferência sem papel: OCR + integração documental reduzem divergências; portanto, o tempo de atendimento por doca cai.
- Segurança operacional: analytics de vídeo detecta áreas congestionadas e zonas de risco; consequentemente, a operação reconfigura fluxos e mitiga incidentes.
KPIs alvo (e referências de melhoria)
Embora variem por complexo, metas conservadoras costumam entregar:
- –15% a –25% de dwell total em pátio crítico.
- –20% no tempo médio de fila no pico de corte.
- +10% a +15% de throughput/hora em gate/portêiner com OCR + balanceamento.
- –30% na taxa de retrabalho (reinspeções por divergência).
- +2–4 p.p. em OTIF de janela de atracação.
Como pano de fundo, a demanda crescente reportada por ANTAQ e os records do Porto de Santos criam o ambiente perfeito para ganhos sem CAPEX pesado, principalmente via processo + dados + automação leve.
Arquitetura de solução – Creare
A Creare integra dados de videotelemetria, telemetria CAN/IoT e sensores de parceiros (como OCR ou RTLS quando disponíveis) em um fluxo único de análise. Dessa forma, conecta o que o cliente já tem a uma visão operacional completa, em tempo real.
- Sensor → Evento: fila > meta, divergência de OCR, desvio de rota, doca ociosa.
- Evento → Evidência: clipe de vídeo + leitura OCR + posição RTLS.
- Evidência → Indicador: dashboards com dwell, fila, throughput e OTIF por janela.
- Indicador → Ação: balanceamento de docas, reordenação de janelas e alertas automáticos a transportadores.
Do pico de demanda ao fluxo contínuo
Em síntese, demandas recordes pressionam gate, pátio e berço; entretanto, IA de vídeo + OCR + RTLS encurtam dwell, equalizam filas e aumentam throughput rapidamente. Portanto, ao medir o que importa e reagir em tempo real, o terminal ganha capacidade efetiva sem grandes obras. Com experiência em telemetria, vídeo e automação, a Creare ajuda terminais a transformar dados dispersos em inteligência operacional, reduzindo gargalos e melhorando desempenho com base em indicadores reais.
Curtiu essa leitura? Continue explorando nosso blog para mais conteúdos sobre tecnologia, transporte e gestão inteligente de frotas.